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Chama-se inês com i pequeno e um dia vai ser bailarina de caixa de música ou cinderella profissional. Não gosta de palhaços e tem pavor a machucares de coração. Gosta de decalcar sentimentos e remexer em entranhas. Quando fica nervosa morde o lábio inferior ou finge tocar piano nas pernas. Tem o coração pequeno e os olhos grandes, tem os olhos muito grandes.

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3 Cubos de gelo
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domingo, 18 de setembro de 2011
Quero saber contar mundos com palavras, e não consigo. Manter o carinho condensado, saber pintar o céu de azul. Quero saber contar pessoas, e sinto-me terrivelmente limitada.



6 Cubos de gelo
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domingo, 11 de setembro de 2011
Dois pedaços de maçã e uma torta de baunilha. O chá já ferve, e tu esperas pela calma que nunca vem. Tens dois bocadinhos de maçã, come. Eram para mim, mas são verdes e fazem lembrar a solidão, come-os. Não que a solidão seja verde - vem sempre em tons de cinzento, em jeito de indecisão - mas o verde leva-a consigo. Vá lá, come. Leva-os à boca e engole. Sim. Para quê? Comemos a solidão antes que ela nos devore a nós, não é?



2 Cubos de gelo
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011
- Amo o desprendimento que tens do mundo.
- É doloroso. Multiplica-se a solidão por dez. Perde-se a desilusão, mas o amor é sempre escasso.
- E vives para quê?
- Para tentar amar o mundo de novo.