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Chama-se inês com i pequeno e um dia vai ser bailarina de caixa de música ou cinderella profissional. Não gosta de palhaços e tem pavor a machucares de coração. Gosta de decalcar sentimentos e remexer em entranhas. Quando fica nervosa morde o lábio inferior ou finge tocar piano nas pernas. Tem o coração pequeno e os olhos grandes, tem os olhos muito grandes.

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3 Cubos de gelo
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sábado, 30 de abril de 2011
- A chuva não cessa, o coração também não. A apatia quebra por momentos e dá lugar a um sentimento oco. Não é desprovido de conteúdo, é apenas irrelevante.
- Amor?
- Cru, despido. Na sua forma mais bruta. Mesmo assim não ocupa lugar. É um sentimento-fantasma, sabes?
- Dos que não se sentem na sua plenitude. Que nos tocam por momentos, com uma intensidade superficial.



3 Cubos de gelo
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terça-feira, 26 de abril de 2011
A busca incessável do movimento. Já se nasce assim, com esta espécie de veneno no sangue. Já se nasce com esta maldição. O contacto das almas. O que é, o que poderia ser. A crueldade da beleza pura. A respiração ofegante. Os corações pingando sangue. Por fim, a exaustão. Morta no palco. A busca, a descoberta, revelaram-se inúteis. Tudo foi arrancado do corpo com sucesso. Foi um espectáculo bonito. A morte dá sempre ênfase à vida.



7 Cubos de gelo
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domingo, 24 de abril de 2011
- Se fosses uma flor, eras o quê?
- Não sei, inventava uma. Não tinha muitas pétalas, como as rosas. Quatro chegavam. E era carmim. Ou azul-bebé. Há alguma assim? Eu quero azul-bebé.
- Não sei, deve haver. E o que ias fazer como flor?
- Sei lá, ia só esperar que alguém pegasse em mim e  me achasse bonita.
- Podia ser eu?
- Podias. Mas ias meter-me onde?
- Ia levar-te sempre comigo.
- Mas eu ia morrer.
- Eu arranjava um copo pequenino para te meter.
- E andavas mesmo sempre comigo?
- Andava.



6 Cubos de gelo
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quinta-feira, 21 de abril de 2011
- Tinha saudades tuas, lis. É como se carregasses os meus sonhos ao colo. Quando tu vens, eles também voltam sempre. 
- Eu não deixo eles irem embora mais.
- Eu também não.



4 Cubos de gelo
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terça-feira, 19 de abril de 2011
Aqui as paredes cobrem-nos os sonhos e o chão derrete solidões.
Inês, estúdio, 01 de Março de 2011.



8 Cubos de gelo
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sábado, 9 de abril de 2011
- Quais seriam as tuas últimas palavras para o amor da tua vida?
- «Tive saudades tuas a minha vida inteira.»





4 Cubos de gelo
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quinta-feira, 7 de abril de 2011
- Gostas de te apaixonar por ti mesma?
- Sabe-me melhor do que quando me apaixono por outros. É aquela proximidade indestrutível, incrivelmente forte. É quando a felicidade sobrepõe todos os outros sentimentos possíveis. Como se estivesse a ser enrolada num cobertor muito apertado, que me protege mais do que alguma vez alguma pessoa o fez. São as alturas em que o mundo fica tão mais bonito, por termos alguém com quem o partilhar. Por termos mais aquele bocadinho de nós que desconhecíamos. Por nos sabermos um bocadinho melhor. Por termos aprendido a viver mais um bocadinho.





4 Cubos de gelo
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terça-feira, 5 de abril de 2011
Estavas linda. Os fios de cabelo desordenados teimavam em esvoaçar-te para a face, atraídos pelas duas bolas pretas brilhantes que tens no lugar dos olhos. Sorrias em demasia. A minha alma estremecia só de te ver fazê-lo. Disse-te que parecias assustada e abraçaste-me. Sempre gostei particularmente dos teus abraços, por nunca serem capazes de fingir nada. És tão forte o tempo inteiro, mas partes-te em pedaços quando te aperto com força. A tua fragilidade embebeda-me o corpo e fico a ser forte por ti um bocadinho. Beijei-te o ombro ao de leve, com demasiado cuidado, para que nem sequer reparasses. Suave, como quem brinca com uma rosa. Secreto, que a coragem apouca-se sempre que estás por perto.



6 Cubos de gelo
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segunda-feira, 4 de abril de 2011
- Gostas de alguém?
- Tento sempre fugir a esta pergunta dizendo que gosto de muita gente. Apaixono-me todos os dias por pessoas, gestos e palavras diferentes. Mas nunca definitivamente. Por isso começo a achar que também eu não sou feita para amar alguém do jeito que se ama. Se calhar sou mesmo o tipo de pessoa provisória de quem não se consegue gostar durante muito tempo. Se calhar a minha inconstância é demasiado acentuada para ser suportável. Se calhar sou como as flores, demasiado efémera. Não é fácil amar-me. Talvez nem seja mesmo possível.



15 Cubos de gelo
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
No fundo no fundo sei que ainda gosto e irei sempre gostar de ti um bocadinho simplesmente por me seres muito confortável, por me deixares ser eu e pronto. Não há sorrisos forçados, movimentos premeditados. Sou só eu, no meu aborrecido e apático ser. Hei-de ter-te sempre como sinónimo de porto de abrigo, se não te importares.
Inês, 22 de Março de 2011.