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Chama-se inês com i pequeno e um dia vai ser bailarina de caixa de música ou cinderella profissional. Não gosta de palhaços e tem pavor a machucares de coração. Gosta de decalcar sentimentos e remexer em entranhas. Quando fica nervosa morde o lábio inferior ou finge tocar piano nas pernas. Tem o coração pequeno e os olhos grandes, tem os olhos muito grandes.

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14 Cubos de gelo
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domingo, 30 de janeiro de 2011
Já tive 13, 14 e agora 15 anos neste blogue. Só queria dizer que gosto muito de vocês todos, pronto.

4 Cubos de gelo
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sábado, 29 de janeiro de 2011
- Uma princesa não se vê pelo tecido do vestido e nos brilhantes dos sapatos.. Mas sim pela resistência do coração e o brilho dos olhos...tu és uma rainha Inês gigante, e sabes que eu gosto muito de ti!
- Óh minha bonequinha de açúcar, és das melhores coisas que eu tenho.


9 Cubos de gelo
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Não acredito em pessoas boas e más. Acredito que há circunstâncias em que escolhemos ser um ou outro. Acredito em erros, deslizes psicológicos. Decisões tomadas no tempo de um suspiro. Não acredito em pessoas más, porque não conheço ninguém que de denomine como tal. Não acredito em pessoas más, porque se acreditasse teria de pensar em que categoria me insiro. Somos todos pessoas: carne, ossos, vísceras. Todos maus à nossa maneira.


Esta segunda-feira, o Lucas foi atropelado. Se existissem pessoas boas e pessoas más, o Lucas teria sobrevivido, porque não faz sentido castigar-se as pessoas boas, não é?

9 Cubos de gelo
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011
«Vou-me habituando à tua ausência. Da mesma forma que me habituei a ter-te a afagar-me os cabelos cada vez que me feria também me habituei às tuas rejeições abruptas de qualquer tentativa de aproximação minha. Não te sou nada e cada vez esse nada se torna mais vazio. Vou-me habituando a ter-te longe. Força das circunstâncias, que até agora a distância mental era-nos uma alergia mútua. Mas as coisas mudam e o amor foge-nos por entre os dedos. É pena.»
Inês, 16 de Junho de 2010.
Fez-me chorar.


1 Cubos de gelo
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domingo, 23 de janeiro de 2011
No silêncio de um gesto, na precisão de um grito. Um eco abafado que ressona nas quatro paredes escuras à nossa volta. Eu escrevo poemas de Neruda a marcador no chão do teu quarto, enquanto tu citas Kafka, quase que para ver se há alguma ponte que os una, que os funda, que os unifique. Não temos as luzes acesas, não há brilhos nem focos de luz. Às escuras, para que não nos dispersemos no espaço. Deixamos de as conseguir visualizar e passamos a senti-las. A forma como ressonam nas tuas cordas vocais, a paixão com que as agarras e me as ditas. Sabe-las de cor. Afinal, são o que te move todos os dias.



4 Cubos de gelo
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


Notebook, 10 de Dezembro, entre lençóis.
Hoje, num passeio de fim de tarde, vi um grupo de miúdos ainda com o coração perdido pelo corpo e a inocência à flor da pele. Estavam a jogar às escondidas, com a fluidez de movimentos que lhes é característica. Sentei-me a observar o jogo, não deram pela minha presença. Um dois três, e o Gonçalo não salva ninguém. Queria correr, saltar, não salvar ninguém também, mas algo me impediu. Como se aquele mundo me estivesse vedado, como se já fosse uma daquelas pessoas crescidas que perdem os sonhos por aí, e depois se esquecem deles.


8 Cubos de gelo
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Tive agora, de repente, um desejo exaustivo de ti. Não de ti como te conheci - de ti agora, de lábios carnudos e coração à venda. Éramos disfuncionais, admito-o. Não havia nada de concreto que nos ligasse de qualquer forma. Agradava-me especialmente a demência, a paixão distorcida. Como éramos capazes de nos odiar, horas a fio, e mesmo assim partilhar algo tão condescendente como é o amor.


4 Cubos de gelo
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domingo, 16 de janeiro de 2011
Meias incompatíveis, unhas pinceladas de pigmentos diferentes, bipolaridades. Não sou uniforme, falha-me a consistência. Não, assim não. Assim aborrece-me. Somos fragmentos. Somos, não somos? Fragmentos de um todo incompleto. Parcialmente construído. Tu e eu. Iguais. Ambos tão diferentes. Brinco numa orelha, casaco numa só manga, quadripolaridades singulares.



6 Cubos de gelo
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Hoje parece-me Outubro, de manta nas pernas e castanhas a assar. De coração a ferver e mãos congeladas. Dos livros que líamos nas longas tardes de sexta-feira, com uma chávena de chá de camomila na mão. De quando nos deixávamos ficar, com os braços todos torcidos, o mais próximo possível, em silêncios confortáveis. De te ver sorrir, de te tentar desenhar. 
De dançar o foxtrot à chuva.



11 Cubos de gelo
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Tu costumavas ser muito mau quando eu era muito boa, e depois inverteram-se os papéis. Passei a ter medo que me aleijasses, que a minha vulnerabilidade te permitisse magoar-me, e passei a infligir-te dor de vez em quando só para ter a certeza que desta vez não era eu a perder. 
Mas hoje não. Hoje ia-te dizer como gosto que não desistas de mim mesmo quando se torna difícil lidar comigo, como me fazes sentir segura e como não suportaria perder-te. Ia, talvez, dizer-te que te amava. Mas antes que pudesse sequer mover os lábios, disseste-me que já não conseguias mais fazer-me sentir segura, que já não conseguias gostar de mim da mesma forma. E nesse dia, morremos. 
Inês, 31-05-10. 



17 Cubos de gelo
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domingo, 9 de janeiro de 2011
Estávamos ambas sentadas no chão, a brincar com barbies louras de vestidos dantescos quando a Marta, que tinha ouvido falar do assunto mais cedo, me perguntou:
- Mas onde ele mora agora, é muito longe?
- Não, acho que não.
- Podemos ir lá visitá-lo?
- Não Marta…
- A minha mãe também diz que não podemos.
O silêncio instalou-se como um intruso da nossa brincadeira. Ela permanecia imóvel, a percorrer com a ponta dos dedinhos finos os cabelos ressequidos da que me pareceu a Odette, do Lago dos Cisnes, em forma de boneca.
- Achas que ele tem saudades nossas?
- Tenho a certeza.
- A mãe diz que, um dia, nós também vamos para lá.
- Acho que é.
- Eu não quero que mais ninguém vá. Não vás para o céu, está bem? Fica aqui comigo.



14 Cubos de gelo
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

«Marina Abramović e o seu companheiro/colega Ulay interpretando Death Self. Nesta actuação os dois artistas sentavam-se em frente um do outro, ligados pela boca. Inspiravam as expirações do outro, até que o oxigénio disponível tivesse sido todo usado. A actuação durava apenas 17 minutos, quando ambos os artistas caíam inconscientes no chão, tendo enchido os seus pulmões com dióxido de carbono. Esta peça pessoal explorava a ideia da capacidade de um indivíduo absorver a vida de outra pessoa, trocando-a e destruíndo-a.»

Das coisas mais bonitas que já ouvi.

3 Cubos de gelo
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Agora já não estás, não existes e não és. Transponho o afecto que te tinha para os outros, dividindo-o em porções equilibradas. Passo a gostar um bocado mais de toda a gente, para ver se deixo de te amar a ti. Pedaços de afecto mal distribuídos, mal sentidos, mas que não dão para ser de outra forma. Ensinaste-me, à força, como é perigoso entregar tudo a uma só alma petrificada.



4 Cubos de gelo
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011
- Foi?
- Foi.
- Onde?
- Embora.
- E tu?
- Eu fiquei aqui à espera que ela voltasse.